
Qual a diferença entre Baleias e Golfinhos?
Está bem. Há motivos para a confusão. A orca é um cetáceo, que é o grupo de mamíferos marinhos hidrodinâmicos (baleias, botos e golfinhos), e pode chegar até 9 metros de comprimento. Daí a sua fama de baleia.
São mais de 80 espécies de cetáceos pelo mundo que se dividem em duas subordens: odontocetos e misticetos. A região da Bacia de Santos, que vai de Florianópolis (SC) até Cabo Frio (RJ) é bem representativa da fauna de cetáceos – quase 80% das espécies do Brasil aparecem por aqui.
A maior diferença entre eles está no aparato alimentar. Odonto = possui dente. Já o grupo dos misticetos possui barbatanas, que são as estruturas responsáveis por filtrar o alimento da água, constituídas de cerdas queratinizadas. Essa ordem é mundialmente conhecida como “baleen whales” (= baleias de barbatana).
De modo geral, na classificação popular, as espécies com mais de 4 metros de comprimento são chamadas de baleias e as espécies menores são chamadas de botos e golfinhos. Dentre as exceções, temos as orcas e as cachalotes, que de acordo com as suas características são odontocetos, mas são amplamente chamadas de baleias.
Essa é a baleia-minke-Antártica. Ela é da ordem dos misticetos. E, como a gente sabe isso? A sua boca é repleta de barbatanas constituídas de queratina, que auxiliam o animal na filtragem do seu alimento.
Além das barbatanas, a família mais diversa de baleias possui na parte de baixo da cabeça as pregas ventrais (veja na foto acima as numerosas pregas ventrais da baleia-sei), que permitem que a cavidade bucal aumente bastante de tamanho. Assim, as baleias engolfam água junto de cardumes de pequenos e abundantes organismos que são seu alimento, e com a ajuda das barbatanas expelem a água e retém o alimento.
Você sabia que o Dia Internacional das Baleias e Golfinhos é celebrado duas vezes no ano?
Mais uma curiosidade sobre as baleias, botos egolfinhos é que esses animais têm duas datas de “aniversário”. Em 23 de julho de 1982, a Comissão Internacional da Baleia (IWC) estabeleceu a suspensão na concessão de autorizações de caça de baleias e golfinhos. Porém, o termo só foi aprovado em 17 de fevereiro de 1986, quando foi decretado oficialmente extinta a prática da caça comercial.
As datas também levantam a bandeira da importância de conservação dos cetáceos. E, não existe forma melhor de promover a proteção desses animais do que através de conhecimento. De acordo com o coordenador técnico do Projeto de Monitoramento de Cetáceos da Bacia de Santos (PMC-BS), o biólogo Leonardo Wedekin, ainda há muito o que se descobrir.
“Até bem pouco tempo não tínhamos nenhum dado. O PMC tem feito um grande esforço multi-metodológico em uma área pouco amostrada e temos conseguido produzir conhecimentos inéditos”, aponta Leonardo.
A baleia-de-Bryde é a única espécie residente de baleia-de-barbatana na região da Bacia de Santos. Na foto aparece uma baleia-de-Bryde, que chega até 18m de comprimento, de lado com a boca aberta engolfando um cardume de sardinhas na região do Cabo Frio – RJ. Ela é a única que se alimenta somente por aqui (as demais espécies são migratórias e usam as águas do nosso litoral principalmente para reprodução).